O Ibicinemas, no Ibituruna Center Shopping, em Montes Claros, recebeu na noite da última quarta-feira, 12, a equipe do Pequi Atômico para a pré-estreia do documentário “Ouro, Suor e Lágrimas”. Produção da Caribe Produções que retrata a trajetória da era de ouro das seleções brasileiras de quadra. Um dos retratados na película foi o camisa 9 do MOC Vôlei, André Nascimento. Esteve ainda presente no evento a sócia-diretora da Caribe Produções e uma das idealizadora do projeto, Cláudia Sroulevich.
Cláudia é jornalista, escritora, roteirista, pesquisadora e professora de história e fundamentos da comunicação, com vasto currículo na mídia brasileira. Viúva de Nei Sroulevich, Cláudia conta que a produção do filme é um trabalho familiar, idealizado por ela e os dois filhos, Daniel e Helena, sendo Helena a responsável pelo pontapé inicial no projeto. “Nós sempre adoramos voleibol. O Nei jogava voleibol por diletantismo na praia”, conta Cláudia. “Ela (Helena), pequeninha, acompanhava os jogos de voleibol com a gente, e sempre associou sonho, coisas grandiosas, à bola no alto. Ao voleibol. Sempre que jogava a bola para o alto, ela tinha aquela carinha de que estava sonhando com alguma coisa. Fomos ver o filme ‘Foi Apenas Um Sonho’ (Revolutionary Road, 2008) e ela disse ‘poxa, isso se parece com voleibol. Poderíamos fazer filme sobre voleibol’”. Helena jogou a bola para o alto e então o sonho começou. Cláudia então disse à filha: “Helena, vamos fazer um filme sobre voleibol! O que a gente precisa fazer? Vamos formatar um argumento e vamos atrás.” E foram.
Tudo teve início no ano de 2009. Cláudia conta que, no final das gravações, tinham mais de 600 horas de material para trabalhar em cima, e o roteiro teve de ser alterado. “O Daniel é produtor executivo e roteirista do filme junto comigo, numa segunda etapa”, ressalta. “Na realidade, foi um roteiro em processo. Tivemos primeiro uma ideia, e no decorrer do documentário, já na fase de edição, tivemos que refazer este roteiro. O material era imenso, coisas novas aconteceram. Daí fizemos um novo roteiro, onde a Helena também participou.”
Um projeto tão familiar, conseguiu imprimir uma atmosfera intimista ao filme. E a paixão da equipe de produção pelo esporte cativou os personagens, que mergulharam no projeto. “Fomos atrás do Ary Graça (então presidente da CBV), ele apoiou, mas disse que teríamos que convencer os técnicos. Convencemos os técnicos. Daí as portas foram se abrindo”, conta. Depois veio o apoio dos atletas, que também não foram nenhuma dificuldade. Muito pelo contrário. “O Giba foi um incentivador enorme. O Murilo e o Bruninho adoraram a ideia. Gostavam da gente”, confidencia. “Viram que éramos uma equipe pequenininha, uma família que amava voleibol. Éramos uma coisa genuína, autêntica. Viram que éramos apaixonados por voleibol como eles, de uma maneira diferente”, completa.
“O entrosamento aconteceu também com os atletas que não estavam lá, como o André Nascimento”, continua Cláudia. “Quando fomos à casa do André, foi uma sintonia imediata. Ele logo se encantou com o filme. O André se emociona e chora no filme, como muitos outros atletas. Por isso o nome do filme”. Cláudia conta ainda que o título do documentário saiu depois de a produção ser finalizada, e que não teria como ter outro título. “Este filme tem que ter emoção. A gente quer fazer este filme com emoção. Voleibol é emoção. Então, tem que ter lágrimas.” O ouro, é óbvio, saiu da alcunha que esta geração ganhou: Geração de Ouro, e o suor está na frase que encerra o filme.
Mesmo com os seis anos de produção, Cláudia confessou que o segredo das seleções não foi descoberto. “A gente sabia, mas era um truque. A gente sabia que não teria uma resposta só. Mas que existe algo inexplicado, mesmo que você busque um conjunto de fatores; o entrosamento da equipe, a qualidade de cada um, os técnicos, Saquarema, aquele centro extraordinário… existe alguma coisa que não está explicada, porque dificilmente – embora a gente almeje que sim – o Brasil conseguirá repetir esta década. Se conseguir, será um delícia. Mas realmente tem um segredo, um mistério por trás disso tudo que a gente não conseguiu descobrir.”
André Nascimento, um dos protagonistas da ‘era de ouro’ do voleibol nacional e personagem do documentário, resume bem o sentimento que o filme passa. “Muita emoção. Nós, atletas, às vezes não temos noção de como as coisas chegam para os fãs, e o filme mostrou tudo isso. A superação, o espírito de grupo. Numa grande equipe não temos um indivíduo. O que se destaca é o grupo”, pontua.
Da geração de mais novos, Maycon Leite, central do MOC Vôlei, conta um pouco do que ele viu da ‘era de ouro’. “É uma geração que ganhou todos os títulos que disputou, e a marca dessa geração foi a dedicação. Todo mundo conhece o Bernardo (técnico da Seleção Masculina), sabe como ele gosta de treinar, trabalhar, e aqueles jogadores entraram nessa com ele. Temos o exemplo do André, que é um líder nato. Ele fala pouco, mas é uma pessoa que faz. Isso é importante, pois já estamos vivendo isso, e é importante poder ver e relembrar, pois já acompanhamos também esta trajetória. Vamos tentar trazer isto para nós, dentro de quadra”, finaliza.
O documentário está em cartaz no Ibicinemas, do Ibituruna Center Shopping, localizado à Av. Dr. José Corrêa Machado, 1070, em Montes Claros, com sessões às 18h.
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Por: Cid Bruno/MCV
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